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ONDE ESTÃO AS FADAS?
Com a advento do Cristianismo
se romperam os laços de comunhão entre as fadas e os homens. Então elas
decidiram buscar lugares mais afastados e adequados para viver. Muitas
se refugiaram no norte da Europa, na costa, nos
lagos escoceses, nas colinas irlandesas, nos bosques daneses, em
regiões do norte da França, ou ainda, migraram para outros continentes.
FADAS NA IRLANDA
A Irlanda têm sido tradicionalmente identificada como o lar das fadas.
Em algumas regiões desse país se afirma que, em certas ocasiões, uma
neblina oculta certos locais do bosque e se você olhar com atenção,
poderá vislumbrar um cortejo de fadas, especialmente se for noite de São
João. Nessas ocasiões se escutam as músicas das festas, mas em seguida
se pode ver certos seres que aparecem e desaparecem, sempre rodeados de
uma luz muito suave. Mas, de imediato, a luz pode se dissipar e então,
as imagens se esfumaçam e tudo desaparece. Essa a descrição perfeita de
uma visão feérica.
O monte Ben Bulben também é considerado um lugar
de residência de um determinado grupo de fadas irlandesas conhecidas
pelo nome de Gentry. Essas fadas aristocráticas possuem enormes poderes,
podendo penetrar na terra e tocam uma música maravilhosa. Vivem nas
montanhas em magníficos palácios e adoram viajar. Estão ao lado da ordem
a da justiça, mas raptam seres humanos, que por uma razão ou outra, são
de seu interesse. Quando alguém as acompanha e bebe e come com elas,
nunca mias poderá regressar ao seu ser normal. Essas informações foram
passadas por William Butler Yeats que dedicou toda sua vida à estudar
sobre fadas e duendes, recolhendo as lendas narradas pelos camponeses
irlandeses.
Em seu livro "Celtic Twilight" (Crepúsculo Celta), conta Yeats a seguinte experiência, enigmática e fascinante:
Uma vez estava ele, um amigo e uma jovem vidente passeando pela praia.
Falavam sobre as fadas, até que chegaram em uma caverna situada no meio
de algumas rochas e que, segundo se acreditava, deveria viver algumas
delas. Yeats perguntou a jovem vidente se podia ver algo, porque
gostaria que perguntar algumas coisas às fadas.
A jovem fez uma
mentalização e caiu em uma espécie de transe. Yeats pronunciou o nome de
algumas fadas famosas e pouco depois a moça explicou que podia ouvir
música, pisadas e risos em algum lugar muito profundo das rochas. Depois
viu um luz brotar da caverna e várias pessoas pequenas saíram vestidas
com diferentes cores, porém sobretudo tudo de vermelho, que dançavam ao
som de uma música que ela não conhecia.
Yeats lhe pediu que
perguntasse se ele poderia falar com a rainha das fadas, porém seu
pedido não obteve resposta. Yeats repetiu seu desejo e justo nesse
instante, a jovem com dotes de vidente explicou que uma mulher, alta e
bela, havia saído da caverna.
Yeats descreve que ele mesmo entrou em
uma espécie de transe e teve a visão de uma mulher de cabelo negro
enfeitada com jóias de ouro. O cortejo da soberana marchava em quatro
grupos. Uns levavam ramos de freixo nas mãos, outros cadeias de escamas
de serpente no pescoço. Para que a profetisa pudesse entender as
palavras da rainha tinha de colocar-lhe as mãos no peito. Depois
respondeu as perguntas de Yeats. Por exemplo, ele quis saber se as fadas
podem nascer mortais, ao que a rainha respondeu afirmativamente.
Yeats perguntou se de verdade existiam ou se não eram unicamente um
produto de nossa fantasia. "Não entende a pergunta", disse a vidente
"porém disse que sua gente é muito parecida aos mortais e a maioria faz
os que os humanos fazem". No final, ao que parece, a rainha das fadas
considerou que tinha respondido muitas perguntas e escreveu na areia o
seguinte:
"Tenha cuidado e não tentes averiguar muito sobre nós!".
Quando Yeats se deu conta que a havia ofendido, lhe agradeceu e ela
desapareceu na caverna. A jovem vidente também despertou de seu transe.
Na Irlanda também existe uma boa coleção de mitos nos quais nos
aparecem ilhas oscilantes, como a Terra dos Jovens, o Outro Mundo, a
Terra dos Vivos, etc. E há também rios e lagos mágicos. E embaixo de um
deles está a mítica Shambala, um dos "paraísos perdidos" que citam
alguns mestres espirituais como Reino da Sabedoria. Já, segundo a
tradição esquimó, as fadas vivem no interior da Terra, em um lugar
chamado de Equidneet.
Como vemos, em quase todos os relatos, estamos
sempre diante dos mesmos elementos: um lugar mágico situado em uma ilha
ou embaixo da terra no qual se desfruta a eterna juventude.
Há
alguns que afirmam que existem portas pelas quais se tem acesso a estes
lugares. Essas portas podem apresentar o forma de covas ou grutas ou
parecer com a névoa. Robert Kirk se dirigiu ao montículo conhecido como
Fairy Knowe na noite de 14 de maio de 1692. Este estudioso das fadas
sabia que ali habitavam seres do mundo invisível. Não se sabe ao certo o
que ocorreu, porém ele foi encontrado morto. Alguns dizem que se
aproximou demasiadamente do Outro Mundo e sua alma caiu cativa.
FADAS NA ISLÂNDIA
Na Islândia existe um organismo estatal cuja competência são as fadas,
os elfos e demais espíritos da natureza. Quem já foi a este país sabe
disso, pois aparece em todos os guias de viagem. Quem pedir informação
para qualquer agência de turismo poderá obter várias direções
interessantes, como a escola dos elfos, o museu dos elfos, etc.
A
mencionada escola dos elfos não foi realizada para os próprios elfos,
mas sim para as pessoas interessadas nesses seres. O museu contêm entre
outras coisas um genital de um elfo, que é invisível para a maioria das
pessoas. Uma pesquisa realizada em 1998 deu como resultado que 54,4 por
cento dos irlandeses acreditam na existência dos elfos. Certamente, na
Islândia no que se refere aos elfos, se queres ter uma vida tranqüila, o
melhor é ser prudente.
Para evitar conflitos com o povo invisível,
se diz que antes de iniciar uma construção se deve consultar a
Stefansdóttir, já que se trata de uma obra oficial. Não é raro que uma
rua já traçada e inspecionada pela autoridade, tenha que mudar de lugar.
Isto é válido sobre tudo para ruas onde ocorrem freqüentemente
acidentes em determinado lugar, ou seja, nos chamando pontos negros.
Esses lugares são habitados por elfos, os quais sabotam qualquer
construção que possa lhes aborrecer.
No começo dos anos setenta do
século passado, foi necessário retirar uma pedra de grandes dimensões
para realizar uma construção. Então ocorreram alguns acidentes e demoras
e o responsável pela obra recorreu finalmente à um médio, que lhe
confirmou que aquela pedra era habitada por elfos. Um tempo depois, o
homem disse que já tinha permissão dos elfos para continuar o trabalho.
Porém tudo continuou dando errado, teve que abandonar seu projeto.
O
"Alfhóllsvegur" (O caminho da colina dos elfos) entre Reykiavik e
Kopavogur rodeia uma colina na qual se supõe que vivem os elfos. Aqui
fracassaram os intentos de escavar um pouco a colina para que o tráfico
pudesse passar por ela. Aliás, ninguém quer viver ali. Quando as
autoridades da cidade tentaram lotear o local para vender, os potenciais
compradores deram para trás. Aqueles terrenos nunca mais foram postos à
venda.
Também na cidade de Grundafjördur há uma pedra na rua principal entre os números 82 e 86 na qual habitam elfos.
Mins Minasen, que dedicou um artigo à este tema, explica que o
ministério das obras públicas está obrigado a ter um cuidado permanente
com a povoação invisível dos elfos, e a mover-se pela cidade e pelo
campo com o mesmo cuidado.
A Sra. Stefandóttir, antiga professora de
piano dotada de faculdades paranormais afirma haver visto elfos e
outros seres, talvez trolls. Diz que as fadas são mais parecidas com os
homens e aparecem vestidas com roupas de cores rosadas ou azul claro, as
quais ela chama de "fadas da luz" e são mais parecidas à idéia que
temos dos elfos das flores. Além desses seres, Stefandóttir vê também as
linhas de energia que os chineses chamam de veias de dragão. Aparecem
em diferente cores e se estendem pelo espaço. As linhas azuis, que
partem dos pedregulhos, marcam velhos caminhos de fadas que estão
totalmente ocultos.
Em muitas histórias islandesas de fadas se fala
da névoa, porque as fadas gostam desse elemento ou inclusive podem
produzir para ocultar-se a si mesmas ou aos seus povos ou para confundir
os homens.
Um islândes, chamado Kjartan, afirma que quando menino
viu os elfos caminharem de sua casa: vivia então em uma casa perto de
uma colina coberta de prados. Um dia, enquanto brincava com um amigo
fora de casa, viu uns homenzinhos que chegavam a altura do seu joelho e
que se vestiam de cinza, os quais saíam da colina e se dirigiam a um
campo de lava. Carregavam sacolas nas costas e nos ombros. Kjartan os
olhou surpreso durante alguns minutos e se voltou para o amigo em
seguida para adverti-lo da presença daqueles elfos. Quando se voltou
outra vez, os elfos já tinham desaparecido.
Pouco depois se
iniciaram obras na colina e Kjartan pensou que havia surpreendido os
elfos justo no momento em que eles abandonavam suas casas com todos os
seus pertences.
Não só na Islândia, mas no mundo todo, as crianças
que habitam ambientes rurais são os que têm este tipo de vivência com
mais freqüência do que podemos imaginar.
OUTROS LOCAIS
C. W. Leadbater nos conta que na Índia há fadas de diversas espécies,
desde da cor rosada, verde pálido, azul e até amarelo esverdeado nas
montanhas, assim como algumas mescladas de soberbas cores, que vivem nas
planícies. Também foram vistas negras e douradas, muito comuns nos
desertos africanos e ainda outras, que parecem estatuetas de reluzente
metal carmesim.
Ao norte do Paquistão, as fadas vivem nos cumes das
montanhas, lugar proibido de ser freqüentando por mulheres que alcançam a
idade de menstruar até a chegada da menopausa. Portanto, se nesses
locais, pastores ou caçadores encontrarem uma jovem mulher loura, sabem
tratar-se de uma fada.
Até muito pouco tempo, os caçadores tinham
como tradição, antes de subir as montanhas, pedir permissão às fadas
para abater um animal, pois todos, das regiões altas eram considerados
propriedade das fadas. Uma crença semelhante existe também entre os
habitantes dos Alpes.
No Himalaia, os castelos de fadas,
segundo à crença geral, estão localizados nos cumes mais altos das
montanhas cobertas de neve, em solo que só se aventuram cabras
montanhesas, gamos, águias e pessoas que gostam de desafiar o destino.
Um desses foi o alpinista Reinhold Messner. Ele conta que em uma noite,
enquanto montava sua barraca, teve a sensação de que uma moça se sentou
ao seu lado. Quando terminou sua tarefa, Messner se deu conta que em
torno dele havia crianças, homens e mulheres e começou a conversar.
Depois também falou com a jovem que tinha sido a primeira a aparecer,
que lhe garantiu que alcançaria o cume da montanha no dia seguinte, pois
o tempo estaria favorável.
A princípio o alpinista pensou que
estivesse tendo uma alucinação, mas como já as havia experimentado,
compreendeu que esta era uma experiência bem diferente. Messner ficou
convencido que ali em cima no Nanga Parbat, não estava só e que aqueles
seres eram seus amigos.
Outro europeu que relatou um possível
encontro com fadas no norte da Índia foi Klaus Peter Zoller, científico
que estava realizando trabalhos de campo durante vários anos na região
de Bagan. Conta Zoller que, em uma ocasião, viu junto com um de seus
acompanhantes nativos, na montanha sobre uma rocha, várias jovens que
lhes faziam sinais, chamando-os e saltando. Além disso, não estavam
vestidas como o resto dos nativos e seu comportamento era totalmente
impróprio e atípico para as mulheres do povoado. Os homens imediatamente
se encaminharam até o lugar onde estavam as jovens. Porém, ao chegar,
elas haviam desaparecido, muito embora o local não tinha nenhum
obstáculo para a visão. Relataram aos habitantes locais o que havia
ocorrido e eles responderam que não havia nenhuma moça que se ajustasse
aquela descrição e lhes disseram com naturalidade que devia tratar-se de
fadas.
OS PAÍSES ÁRABES E OS DJIN
A palavra "Djin" se
traduz como "gênio". Por exemplo, o ser que sai da lâmpada de Aladim, é
um djin. Os djin são a terceira raça criada por Alá, sendo esta uma das
peculiaridades mais interessantes do Islã frente aos outros dois
grandes monoteísmos: o Judaísmo e o Cristianismo. Os djin são uma
espécie amoral, não necessariamente maligna. Estão presentes nos contos e
lendas de toda região de influência Islã. Sendo assim, nos lugares onde
o Mazdeísmo esteve antes que o Islã, os djin são protagonistas de
diversas práticas mágicas pouco comuns em outros lugares. Para os
beduínos, são os tentadores do deserto e ladrões noturnos e para os
muçulmanos da Índia podem ser invasores do lar que devem ser expulsos
usando certos versículos do Corão em uma cerimônia não muito diferente
do exorcismo cristão.
A prática diária muçulmana da oração contêm
referências aos djin, já que segundo a tradição todos temos dois djin,
um em cada ombro, que registra nossas ações (o direito as boas, o
esquerdo as más), tendo o crente que saudar a cada um deles antes de
inclinar-se para rezar. Essa crença se transmitiu à Europa através de
Al-Andaluz e se reflete em certas manifestações da cultura popular
ocidental. Os djin possuem múltiplos atributos distintos segundo as
épocas e os lugares. Podem se transformar em pequenos animais,
atravessar paredes sólidas e os seres vivos, correr em grande
velocidade, adotar a forma de seres humanos. O estado normal de um djin é
invisível para os humanos, já que Alá lhes proporcionou muitas
habilidades, porém dificultou desta forma que pudéssemos nos relacionar
normalmente com eles. Conta a tradição que no final dos dias essa
situação se inverterá e serão os humanos que poderão vê-los.
É
importante ressaltar que os djin não são tão somente uma amostragem do
folclore, mas o certo é que estão presentes no dia a dia da maioria dos
muçulmanos do planeta e na maior parte das ramificações do Islã. Nas
regiões islamizadas mais orientais (e mais zelosas com a ocultação da
mulher) é costume que o varão tome sua esposa e cubra a cabeça dela com
um véu, para impedir que os djin pousados em seus ombros vejam o que só
ele, como marido, está autorizado à contemplar. Inclusive as leis atuais
de alguns países islâmicos fazem referência a esses seres, por exemplo,
se uma mulher cometer adultério e disser que ela foi seduzida por um
djin, a sua pena rebaixa sensivelmente.
O mundo das fadas e da
Natureza é um mundo indômito e precioso. Aproximar-se dele é vibrar com
sua sintonia e notar a vida em seu estado mais selvagem. As fadas e
todos os seres da natureza possuem uma missão, sua vida possui um
sentido e uma direção muito clara.
Todos eles buscam expandir a vida
e oferecer toda a sua riqueza. Elfos e fadas atuam juntos para que a
terra nasça uma e outra vez, para que o ciclo da vida continue e se
expanda, porém e o ser humano? Qual é sua missão? A resposta a esta
pergunta a têm cada um, porém está escondida em um lugar onde nunca se
procura, em seu coração.
A cabeça (razão) nos fala e nos diz o que
temos que fazer, porém é o coração que dá sentido as coisas, ele possui a
magia da intuição e do inexplicável. Porém nunca ouvimos sua voz para
as coisas mais importantes.
Todos temos uma missão que se alinha com
a vida. Você já encontrou a tua? Se a resposta for afirmativa tens a
chave da felicidade, porém cuidado, a missão não deve ser realizada como
resignação e sem vontade, porque se converteria em uma experiência
negativa. Por isso devemos voltar nossos olhos para as fadas, pois todas
elas realizam suas missões com muito entusiasmo.
A mensagem das fadas está em nos ensinar que é importante ter uma missão na vida e realizá-la com alegria.
Texto pesquisado e desenvolvido por
ROSANE VOLPATTO
Rosane Volpatto
Alma Celta
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