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segunda-feira, 21 de março de 2011

CABALA - A CONEXÃO DE CURA


CABALA - A CONEXÃO DE CURA

MARIO MEIR - Rabino da Sinagoga Aron HaBrit


Existem, na Cabalá, orações e salmos que tradicionalmente recitamos para obtermos saúde para alguém ou para nós mesmos. Para a Cabalá, a idéia de "cura" está diretamente relacionada com o equilíbrio espiritual, assim como outras práticas cabalísticas, como, por exemplo, evocação dos anjos, realização de talismãs, etc.
Dentre todas as práticas, a que era mais utilizada pelos antigos mestres da Cabalá Contemplativa era conhecida como "tzeruf" (permutação). A técnica envolve a combinação de letras hebraicas formando assim sons que, ao serem pronunciados, tinham o poder de criar um estado receptor para aquilo que se desejava - aqui no caso, a cura. A prática do Tzeruf aumenta uma ação espiritual que, devemos dizer, depende unicamente da intenção de cada um. Como exemplo, podemos imaginar que desejamos atuar propiciando a cura de uma pessoa, seu retorno a um perfeito estado de saúde.
Se ela estiver diante de quem vai executar a prática, é melhor fazer a prática em voz alta, mas, se isso incomoda, perturba quem a recebe, poderá então ser aplicada como se a pessoa estivesse distante.
A atitude durante esse tipo de intervenção é importante, pois, atuarmos como mediadores. Nós não nos utilizamos de nossa própria energia para curar, porém nossa ação objetiva é atrair e expandir o Shefá (Fluxo) Universal presente em tudo que nos cerca. Os sons que repetimos visam à circulação do Shefá no doente, pois é exatamente isso que trará a saúde, a cura. O Shefá irá, sobretudo preencher um vazio. Os sábios da Cabalá Contemplativa assinalavam que, em hebraico, a palavra doente, aquela pessoa para quem clamamos a cura dos céus, é "chole". Essa palavra vem da raiz "chalal", "vazio", "buraco", ou ainda, "o que não é mais". Como a natureza tem horror ao vazio, um estado secundário vem se instalar no corpo, e ali permanece enquanto durar a doença. Por outro lado, "chol" significa "profano", indicando uma falta de ligação com o Sagrado.
Mas porque o doente é vazio? Vazio de quê?
Vazio da Luz, respondem os sábios da Cabalá. Estar doente, portanto, é estar vazio do Sagrado e aberto ao que não é harmonioso.
No caso, a vocalização do Tzeruf tem como objetivo preencher o vazio e compensar o estado de falta, de ausência. O Tzeruf a ser utilizado aqui é formado pelas letras hebraicas Resh-Pei, pelas seguintes razões:
No sentido Resh-Pei -
É a combinação da cura, de tudo o que transforma para devolver força e vitalidade aos seres. Resh-Pei permite a reparação, o restabelecimento e a cura. O primeiro sentido dessa combinação é a "cura", que se diz "refa" (em hebraico), mais precisamente significa o fato de assegurarmos cuidados até a cura. A combinação é mediadora e intercede para trazer novamente forças ao ser, por isso, a palavra "rofe" quer dizer também "médico".
Existe algo bastante surpreendente: quando associamos"raf", "cura", e "oth", "letra", "milagre", obtemos a palavra "rifeoth", cujo significado é "remédio". Esse remédio é a roda das letras hebraicas.
O Anjo Rafael, "D"us Cura", é a chave dessa combinação, por isso sua função é a da cura, a de tornar são, a de reparar e manter a saúde em todos os níveis.
No sentido Pei-Resh -
A combinação "phar" mostra-nos de onde "raf" tira a sua força de cura. O primeiro sentido de "phar", possibilita que o uso dessa palavra seja utilizada no sentido de "fecundador".
Tal combinação marca o desenvolvimento das forças da natureza. Devemos entender isso, de preferência, no sentido do curador que devolve a vitalidade ao doente.
A força vital de "Phar" encontra-se como símbolo de potência e de força. Eis a maneira mais simples de procedimento para favorecer a cura, com a base da raiz Resh-Pei:
1) Se a pessoa estiver presente, tentamos ficar a sua direita. Não sendo possível, depois de instalados em um lugar calmo, devemos respirar e visualizar a imagem dessa pessoa;
2) Envolvemos a pessoa com um fluxo de luz em movimento, tendo em mente que essa luz é o Shefá, o fluxo da força universal, cuja circulação, livre de qualquer empecilho, tem a propriedade de harmonizar tudo a sua volta;
3) Fazemos a seguinte afirmação: "Força luminosa, eu vos agradeço por conceder a volta da saúde e uma perfeita cura para (nome da pessoa), filho(a) de (nome da mãe da pessoa);
4) Em seguida, utilizar o Tzeruf nos dois sentidos. Primeiro deve-se inspirar e pronunciar o som REFÁ, na expiração. Seguindo, inspire e pronuncie o som PHAR (FAR).
Essas seqüências de vocalizações devem ser repetidas durante o maior tempo possível. Conforme a importância da doença é aconselhável uma ação de grupo.
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