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domingo, 12 de setembro de 2010

As Origens da Alquimia


2009-04-17 19:36
Alex Alprim

A idéia mais comum que se tem da alquimia é a possibilidade de usá-la para transformar metais comuns em ouro, ou obter a vida eterna. Só que a alquimia é muito mais do que isso. Ela está ligada a um conhecimento milenar, o hermetismo, geralmente associado a sociedades ocultas e grandes mistérios. 

    As origens da alquimia sempre geraram controvérsias entre os estudiosos. Pesquisadores como Cherry Gilchrist ou o polêmico Aleister Crowley defendem que ela está intimamente ligada às religiões e cultos que floresceram no antigo Egito. Para muitos místicos, a palavra alquimia seria uma derivação do árabe al Kimia, uma menção ao solo negro resultante das cheias do Nilo. Já o hermetismo tem relação ao culto do deus Thot que, na época em que os gregos exerceram sua influência no Egito, foi unido ao culto a Hermes.
    Algumas linhas de estudo afirmam que os primórdios da alquimia têm sua raízes em civilizações desaparecidas, como as de Mu ou Atlântida, mas ainda faltam provas documentais para comprovar isso. Segundo o historiador da magia Kurt Seligmann, a primeira citação à alquimia no mundo ocidental é creditada a Plínio, O Velho (23-79 d.C.), o quer poderia indicar as origens dessa arte por volta do século II d.C. No relato de Plínio, ele descreve detalhadamente as técnicas metalúrgicas da época e, muito embora não faça qualquer menção aos ensinamentos alquímicos, fica implícito que muitas das técnicas demonstradas formam a base do que mais tarde viria a se tornar a alquimia. Sob o ponto de vista histórico, é possível dizer que a alquimia se desenvolveu com as primeiras observações do homem na metalurgia e a partir da manipulação de vários materiais, resultando na descoberta de novos processos para desenvolvê-los.
    O período inicial da alquimia no mundo ocidental se deu entre os séculos II e XII d.C.. No início da Idade Média ela entrou em declínio na Europa e foi avidamente absorvida pelo mundo árabe, onde se expandiu. Na Europa, foi reabilitada por volta dos séculos XVI e XVII, influenciando a literatura, a arte, a filosofia e até mesmo o clero e os cristão eruditos, que mesclaram a visão cristã à alquímica.
Na magia, a manipulação dos elementos é considerada produto do desenvolvimento natural da astrologia, filosofia natural, teurgia e muitas outras disciplinas. Com isso, alquimia se tornou conhecida como a Arte Magna.

O Hermetismo
    No passado, o conhecimento alquímico não era transmitido de maneira clara e precisa pelos sábios e estudiosos. Quem não fosse iniciado nos mistérios, seja por um mestre ou outros meios, não conseguia entendê-lo. Os escritos eram em linguagem intricada e alegórica, baseada nos princípios do hermetismo — filosofia que, assim como a alquimia, tem sua origem envolta em muitas controvérsias e mistérios.
    Os fatos relativos ao seu desenvolvimento estão ligados a mitos e lendas de diversas épocas. A principal lenda, relatada em alguns textos egípcios, fala de um ser ou semideus, Thot ou Hermes, que teria transmitido preceitos a seus seguidores e, desta maneira, dado origem à filosofia hermética ou hermetismo, além de ter auxiliado na formação da nação egípcia.
Hermes é um dos deuses do panteão grego, responsável por conduzir as almas ao Hades, o mundo dos mortos. É por essa razão que muitos sábios o relacionavam aos conhecimentos ocultos e às transmutações de metais comuns em ouro e prata, além de apresentá-lo como conhecedor dos segredos da vida e da morte.
    Kurt Seligmann, entende que, quando os gregos chegaram ao Egito por volta de 334 a.C., encontraram a cultura local degenerada a ponto de muitos sábios não conhecerem mais o significado dos hieróglifos. Como os gregos valorizavam a cultura egípcia, iniciaram um intercâmbio com os sábios remanescentes, unindo o pensamento grego e o egípcio. Em um Egito helenizado, essa tentativa de recuperar os antigos ensinamentos acabou criando uma nova forma de filosofia e cultura. Inicialmente, os gregos identificaram os deuses egípcios com seu próprio panteão e, assim, firmou-se a semelhança entre Thot e Hermes (ambos possuíam praticamente as mesmas funções na mitologia). Com o passar dos séculos, a figura de Thot-Hermes foi humanizada e ele passou a figurar como um antigo rei, que teria entregue aos antigos os conhecimentos que transformaram o Egito em um grande reino. Posteriormente à chegada dos gregos surgiram vários escritos atribuídos a Hermes Trismegistos, como é conhecido pelos estudiosos. Na verdade, esses textos eram obras anônimas da filosofia egípcia unida ao pensamento grego, que receberam a sua assinatura para parecer que haviam sido inspirados pelo deus.
    Editados na época alexandrina, os escritos foram esquecidos e só reencontrados em 1460 por Cosimo Médici. Ele recebeu de um monge um conjunto de trinta textos, conhecidos mais tarde como Corpus Hermeticum, onde são descritas as bases da filosofia hermética. A obra mais influente da literatura hermética é a Tábua de Esmeralda — um conjunto de preceitos considerados a lei máxima dos alquimistas, aparecendo com freqüência em gravações nas paredes dos laboratórios alquímicos. Sua autoria é creditada a Hermes Trismegistos, mas existem várias versões, variando de acordo com as traduções em grego, árabe ou latim. A tradução mais conceituada entre os estudiosos é a de R. Steele e D. W. Singer, feita no início do século XX. O mais provável é que a Tábua de Esmeralda tenha surgido nos primeiros séculos da era cristã e recebido o mesmo tratamento de outros escritos atribuídos a Hermes: um texto anônimo assinado como sendo dele.
    A filosofia hermética envolve um conjunto de idéias centralizadas no Deus único e é provável que tenha influenciado o cristianismo. A poesia era outra marca registrada do hermetismo, buscando uma união entre o profano e o sagrado para atingir a transformação dos metais em ouro. Ou, como alguns autores modernos defendem, para transformar o homem comum e grosseiro em um ser espiritualmente elevado.
    O fato de muitas obras atribuídas a Hermes Trismegistos (Hermes três vezes grande) não serem de autoria do próprio não diminui seu valor filosófico. A validade do material reside em seus princípios espirituais e não nos fatos históricos.

A Alquimia Prática
    A alquimia é considerada a mãe da química moderna. Seus praticantes descobriram e desenvolveram uma metodologia de pesquisa na qual faziam uso de sais, ácidos, bases e um sem-número de componentes químicos, principalmente o mercúrio e o enxofre. Como foi demonstrado por Frater Albertus em seu livro Guia Prático da Alquimia — onde ele discorre sobre os antigos nomes das fórmulas e seus correlatos modernos —, os alquimistas tinham um vasto conhecimento da química e suas reações.
    Os alquimistas costumavam ser reservados e sérios, embora vários charlatões tenham se utilizado das histórias sobre a prática para enganar reis e obter dinheiro. Essa atitude contribuiu para espalhar ainda mais a lenda de que tais homens podiam fabricar ouro.
    Em seu livro A Tradição Hermética, Julius Evola expõe uma série de argumentos demonstrando que o verdadeiro objetivo da arte alquímica é mudar o homem, tornando-o conhecedor das leis e forças da natureza. Essa visão, embora não totalmente aceita, ganhou grande número de adeptos na segunda metade do século XX, tornando-se a principal linha de estudo atual. 
    Os textos antigos costumam falar de um mercúrio original, de um enxofre alquímico e várias substâncias que não seriam as mesmas que conhecemos hoje, mas outras de natureza mais sutil. Por meio de combinações entre esses elementos seria possível criar a Pedra Filosofal — um produto capaz de converter qualquer metal em ouro. Caso ingerida, a pedra poderia conferir imortalidade à pessoa. Isso fez com que muitos se lançassem loucamente em sua procura, sendo enganados por inúmeros embusteiros.
    Certos relatos indicam que devia realmente haver algo por trás dessas lendas. Um dos mais detalhados e aceitos pelos historiadores devido à sua precisão histórica veio de João Frederico Schweitzer, mais conhecido como Helvécio — um feroz inimigo da alquimia e seus praticantes. No ano de 1666 ele recebeu em sua casa um senhor que se dizia alquimista e afirmava ter descoberto a Pedra Filosofal. Inicialmente, ele se recusou a fazer uma demonstração. Como foi desafiado por Helvécio, marcou uma demonstração para dali a três dias, quando outra vez recusou-se a realizar a operação. Dessa vez, porém, ele deu um pedaço da suposta pedra a Helvécio, que teria realizado a transmutação e depois comprovado a autenticidade do ouro. 
    Em meio a tantas lendas e histórias não comprovadas, a alquimia e o hermetismo desenvolveram-se como disciplinas intimamente relacionadas, e hoje figuram entre as mais misteriosas da humanidade. Sua colaboração mais efetiva para o pensamento mágico moderno é, sem dúvida, o entendimento do ser humano e sua relação com o universo.
Essa relação foi expressa no preceito mais conhecido da famosa Tábua Esmeralda: "Aquilo que está acima é semelhante ao que está abaixo". Em outras palavras, todas as leis que regem o macrocosmo (acima) encontram-se no microcosmo (abaixo), que é o homem. 


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    A Alquimia no Oriente
    Muito embora a alquimia geralmente seja tratada como um tema restrito ao Ocidente, ela desenvolveu-se em praticamente todas as culturas humanas ao mesmo tempo. Os historiadores observam que, no primeiro milênio, Ocidente e Oriente estiveram de alguma forma interligados, e uma das indicações disso é o desenvolvimento semelhante da alquimia em ambas as culturas.
    H.J. Shepard defende que, inicialmente, o desenvolvimento ocorreu de forma separada e também que o conhecimento metalúrgico é um resultado natural da evolução de uma civilização. Posteriormente, as bases e as teorias alquímicas seriam influenciadas pelo intercâmbio entre as nações, como no caso da alquimia chinesa e árabe no século VII d.C..
    No oriente, a alquimia desenvolveu-se mais na Índia, onde fez parte dos ensinamentos védicos, e na China, com a adoção de práticas alquímicas pelo taoísmo, com o objetivo de atingir a imortalidade

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A TÁBUA ESMERALDA

Seguem abaixo os principais preceitos contidos na Tábua Esmeralda:
* Realmente, sem falsidade, isto é infalível e mais verdadeiro para realizar os milagres da coisa uma: o que está em cima é igual ao que está embaixo, e o que está embaixo é igual ao que está em cima.
* E como todas as coisas existiram pela contemplação do uno, sabe-se que todas as coisas surgiram, a partir deste uno, através de um simples ato de adaptação.
* O pai disto é o Sol, a mãe é a Lua.
* O Vento o carregou em suas entranhas, a Terra o alimentou.
* É o pai de todas as maravilhas pelo mundo inteiro.
* O seu poder é perfeito.
* Se for lançado à Terra, irá separar o elemento Terra do elemento F, o sutil do grosseiro.
* Com grande sagacidade, suavemente, ascenderá da Terra ao Céu.
* Novamente descerá à Terra e unificará em si mesmo a energia das coisas superiores e das coisas inferiores.
* Assim, possuireis a glória da inteligência do mundo inteiro e toda a obscuridade se afastará de vós.
* Isto ‘;e a profunda fortaleza de toda energia, porque domina todas as coisas sutis e penetra em todas as substâncias sólidas.
* Assim foi este mundo criado.
* Em conseqüência, desta maneira, surpreendentes adaptações serão alcançadas.
* Eis por que sou chamado Hermes Trismegisto, pois possuo três partes da sabedoria do mundo inteiro.
* O que eu tinha a dizer sobre a ação do Sol está terminado.

Materia retirado do site:

Meu entendimento do que é a alquimia.
Eu acredito que a alquimia é a ciência que estuda o desafio do ser humano em superar a ignorância e assim conseguir alcançar a sabedoria. Resumindo é transformar a ignorância em sabedoria, ou seja, o chumbo em ouro!
Por que um homem com sabedoria pode tudo!
Gislaine Coelho.

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